A candidíase é uma infecção causada por fungos do gênero Candida, mais comumente a Candida albicans. Ela pode afetar diferentes partes do corpo, mas é mais frequente na região genital, oral e cutânea.
A infecção ocorre quando há um desequilíbrio na flora vaginal, permitindo a proliferação excessiva do fungo. Isso pode acontecer por diversos motivos, como uso de antibióticos, diabetes não controlada, gravidez, uso de contraceptivos hormonais, entre outros.
Os principais sintomas são coceira, vermelhidão, ardência, corrimento esbranquiçado e placas esbranquiçadas na mucosa afetada. Na região genital da mulher, pode causar corrimento vaginal abundante e queijo cottage nos grandes lábios e na vagina.
Por que coça mais à noite?
A candidíase tende a coçar mais durante a noite devido a alguns fatores:
– **Aumento da temperatura e umidade à noite** – À noite, nossa temperatura corporal naturalmente aumenta um pouco, especialmente durante o sono. Além disso, quando estamos deitados e cobertos, há mais umidade em volta da pele. Temperaturas mais altas e umidade criam um ambiente ideal para o crescimento dos fungos causadores da candidíase, resultando em mais coceira.
– **Menor circulação sanguínea durante o sono** – Quando estamos dormindo, nosso corpo desacelera, incluindo a circulação sanguínea. Isso significa que há uma circulação reduzida para a área afetada pela candidíase, permitindo uma proliferação maior dos fungos e mais irritação e coceira.
– **Maior produção de suor durante o sono** – É comum suarmos mais durante o sono, especialmente em áreas que já estão quentes e úmidas naturalmente como as axilas, virilhas e entre os dedos dos pés. O suor fornece mais umidade, nutrição e ambiente ideal para o crescimento fúngico, resultando em mais coceira à noite.
Portanto, o aumento de temperatura e umidade, menor circulação sanguínea e maior suor à noite criam as condições perfeitas para que a candidíase coce mais durante o sono.
Fatores que contribuem
A candidíase pode ocorrer por vários motivos. Alguns dos principais fatores que contribuem para o desenvolvimento da candidíase incluem:
– **Uso de antibióticos**: Os antibióticos podem eliminar as bactérias benéficas que normalmente competem com a Candida. Isso permite que a Candida se prolifere.
– **Diabetes não controlada**: Níveis elevados de açúcar no sangue promovem o crescimento de fungos. Pessoas com diabetes não controlada têm maior risco de candidíase.
– **Gravidez**: As mudanças hormonais durante a gravidez criam um ambiente propício para o crescimento de Candida. Muitas mulheres desenvolvem candidíase vaginal durante a gravidez.
– **Obesidade**: Ter sobrepeso ou obesidade aumenta o risco de candidíase, especialmente candidíase intertriginosa em áreas de pele dobrada.
– **Roupas justas e sintéticas**: Usar roupas muito justas e sintéticas pode criar um ambiente quente e úmido favorável ao crescimento de fungos. É recomendável usar roupas folgadas de algodão.
Diagnóstico
O diagnóstico da candidíase é feito através de exame físico, exame microscópico e cultura.
Exame físico
No exame físico, o médico observa a área afetada, procurando sinais típicos da infecção como vermelhidão, descamação e placas esbranquiçadas. Na candidíase genital, podem ser observadas lesões, coceira, ardência e corrimento.
### Exame microscópico
O exame microscópico consiste na coleta de material da área afetada para análise ao microscópio. O fungo Candida albicans pode ser visualizado diretamente nesse exame.
Cultura
A cultura consiste no cultivo do material coletado em meios de cultura específicos para crescimento de fungos. Assim, é possível identificar qual espécie de Candida está causando a infecção.
Tratamento
O tratamento para a candidíase geralmente envolve medicamentos antifúngicos tópicos ou orais. Em casos de candidíase vulvo vaginal, cremes, óvulos ou comprimidos vaginais com antifúngicos como miconazol, clotrimazol e fluconazol podem ser receitados.
Para candidíase oral, medicamentos tópicos como nistatina ou fluconazol oral são comumente prescritos. Em alguns casos, pode ser necessário um tratamento mais prolongado por 2-3 semanas para eliminar a infecção completamente.
Além disso, é importante controlar condições médicas como diabetes, que podem predispor a infecções fúngicas recorrentes. Níveis glicêmicos descontrolados favorecem o crescimento do fungo, portanto um bom controle glicêmico é essencial.
Também é recomendado remover outros fatores que possam estar contribuindo para a candidíase, como o uso de antibióticos, roupas muito justas e úmidas, irritantes químicos, entre outros. Identificar e evitar esses fatores predisponentes pode ajudar a prevenir novas infecções.
Prevenção
A prevenção da candidíase envolve medidas simples, mas eficazes, para evitar o crescimento excessivo do fungo. Algumas orientações incluem:
– **Higiene adequada**: lavar bem as áreas afetadas com água e sabão, secando bem em seguida. É importante não usar sabonetes muito perfumados ou abrasivos. As mulheres devem limpar a região íntima de frente para trás após usar o banheiro.
– **Uso de roupas folgadas e de algodão**: evitar roupas muito justas, principalmente na região da virilha e genitais. Dar preferência a roupas de algodão e trocá-las com frequência.
– **Controle do diabetes**: manter os níveis de glicose sob controle é essencial para reduzir o risco de candidíase.
– **Dieta equilibrada**: uma alimentação balanceada, rica em iogurte e outros probióticos, pode ajudar a manter a flora intestinal saudável e prevenir infecções. Alimentos ricos em açúcar devem ser consumidos com moderação.
Candidíase genital
A candidíase genital, também conhecida como candidíase vaginal, é uma infecção causada pelo fungo Candida albicans. Ela ocorre principalmente na vagina e vulva em mulheres, mas também pode acometer a glande e prepúcio em homens.
A candidíase genital é muito comum e estima-se que 75% das mulheres terão pelo menos um episódio durante a vida. Alguns dos principais sintomas são:
– Coceira, ardor e irritação na vagina e vulva
– Corrimento esbranquiçado e grumoso, semelhante a coalhada
– Vermelhidão e inchaço nos lábios da vulva
– Dor durante as relações sexuais
A coceira e o corrimento branco costumam ser os sinais mais característicos da candidíase genital. A coceira pode ser bastante intensa e piorar durante a noite, atrapalhando o sono e causando muito desconforto.
As mulheres são mais suscetíveis à candidíase genital porque possuem uma microbiota vaginal que favorece o crescimento do fungo. Além disso, fatores como gravidez, uso de antibióticos, diabetes e deficiência imunológica aumentam o risco.
O tratamento é feito com medicamentos antimicóticos tópicos, como cremes vaginais à base de miconazol ou clotrimazol. Em casos recorrentes ou mais graves, são indicados medicamentos orais como fluconazol ou itraconazol. A higiene adequada da região genital também auxilia na prevenção e controle da candidíase vaginal.
Candidíase oral
A candidíase oral, também conhecida como sapinho, é uma infecção causada pelo fungo Candida que ocorre na boca. Ela geralmente causa placas esbranquiçadas na boca e língua.
A candidíase oral é mais comum em bebês e idosos, pois seus sistemas imunológicos são mais fracos. Em bebês, a infecção é conhecida como “sapinho” e causa placas brancas na boca e língua.
O tratamento é feito com antifúngicos, normalmente na forma de bochechos. O médico pode recomendar bochechos com nistatina ou miconazol para eliminar o fungo. É importante completar todo o tratamento, mesmo que os sintomas desapareçam antes.
A candidíase oral não é contagiosa, mas pode ser transmitida de mãe para bebê durante a amamentação. Portanto, caso a mãe esteja com a infecção, é importante que ela faça o tratamento adequado para não transmitir ao bebê.
Candidíase cutânea
A candidíase cutânea é uma infecção na pele causada pelo fungo Candida. Ela geralmente causa lesões avermelhadas e descamativas que afetam as dobras da pele, unhas e virilha.
As lesões podem coçar, arder ou doer. Elas tendem a piorar com o calor e umidade. A candidíase cutânea ocorre com mais frequência em pessoas com sobrepeso, diabetes não controlado e sistema imunológico enfraquecido.
O diagnóstico é feito pelo médico através do exame físico e às vezes com um raspado da pele para análise. O tratamento envolve pomadas, cremes ou loções antifúngicas tópicas aplicadas na pele afetada. Essas pomadas contêm ingredientes ativos como clotrimazol, miconazol, terbinafina ou nistatina. Elas devem ser aplicadas de acordo com a orientação médica para eliminar a infecção. A candidíase cutânea pode ser evitada com medidas para manter a pele limpa e seca, especialmente entre as dobras.
Complicações
A candidíase pode causar complicações sérias em alguns casos. Nos pacientes imunocomprometidos, como aqueles com HIV/AIDS ou em tratamento de quimioterapia, a infecção pode se disseminar para o sangue, causando candidemia. Isso é extremamente perigoso e pode levar à falência de múltiplos órgãos e morte.
Além dos riscos à saúde, a candidíase também afeta a qualidade de vida. A coceira e queimação constantes podem perturbar o sono, trabalho e relacionamentos. As mulheres com candidíase vaginal frequente podem sentir dor durante as relações sexuais.
A candidíase genital é transmitida durante o sexo, de modo que os parceiros precisam ser tratados ao mesmo tempo para evitar a reinfecção. Se um dos parceiros não for tratado, o outro provavelmente será reinfectado. Portanto, é importante que ambos completem toda a medicação prescrita.